É o primeiro dia de aula no colegial, Roberta chega com mechas cor de rosa no cabelo, lentes de contato rosa, jaqueta de couro e shortinhos jeans, sim, essa é a Roberta.
Enquanto andava pelos corredores tentando encontrar seu quarto ela esbarra em um garoto, que por si tinha um estilo completamente diferente do dela.
- Ei garoto, não me viu não?
- Tá brincando? Tem coisa muito melhor pra se ver nesses corredores do que ficar olhando pra você.
- Presta atenção, se esbarrar em mim de novo eu te mato.
- Nossa que medo.
- Ah, sai da minha frente! - Ela diz empurrando o garoto.
POV - Roberta
Garoto petulante! Nem se enxerga com aquele jeitinho de filhinho de papai, babaca!
Mas que porcaria, onde é que fica o meu quarto?
Eu andei durante uns dez minutos por entre aqueles corredores intermináveis, até que encontrei o meu quarto.
- Quem será essa tal de Alice?
- Essa tal de Alice sou eu! - Ouço uma voz atrás de mim, me viro e me deparo com a Barbie em forma de gente.
- Alice? Achei que você era a Barbie.
- Muito engraçado. Há, há, há. - A garota disse enquanto abria a porta do quarto.
Eu a empurrei e entrei no quarto antes dela e joguei minhas coisas em cima da cama perto da porta.
- Essa cama é minha!
A garota apenas me olhou revirando os olhos e colocou suas coisas em cima da cama perto da janela.
Coloquei minhas coisas no armário e depois peguei o meu ridículo uniforme e fui até o banheiro. Me troquei e quando saí Alice me olhava pasma.
- O que foi? Perdeu alguma coisa aqui?
- O que você fez com o uniforme?
- Gostou?
- Você é patética. Ficou ridícula!
- Ficou melhor que o seu Barbie.
Sai do quarto e deixei a Barbie sozinha. Já estava quase na hora das aulas começarem, então fiquei no corredor perto da porta da sala, esperando o professor entrar. Depois de alguns minutos, ele chega e quando eu estava entrando alguém esbarrou em mim.
- Ah não, a psicopata de novo não!
- Engraçadinho. Eu disse que se você esbarrasse em mim novamente, eu te mataria.
- Ou, ou, ou... Ninguém vai matar ninguém aqui, pelo menos não na minha aula. - O professor começou a puxar o "engomadinho" pra dentro.
- Que seja.
Entrei na sala e me sentei na última carteira, abri meu notebook e o professor começou com o blá, blá, blá.
- Bom dia! Meu nome é Vicente, sou professor de português.
Achei que a aula seria um tédio, mas até que foi boa, esse tal de professor Vicente é bem descontraído.
Enfim, a aula acabou, e quando estávamos saindo da sala o tal "engomadinho" ficou esperando eu passar pela porta.
- Pode passar, não quero me esbarrar em você outra vez e correr o perigo de morrer não é?
- É bom ter medo.
- Com certeza você me mete medo. De onde tirou esses olhos cor de rosa?
- Te interessa?
- Não, não mesmo.
- Toma seu rumo garoto.
- Diego.
- O que?
- Diego é meu nome.
- Ah entendi, você quer uma apresentação formal... Meu nome é Roberta. Agora vaza.
- Tá bom, Roberta... A gente se esbarra por aí.
- É melhor não.
O garoto virou as costas e saiu dando risada.
POV - Diego
Garota ridícula. Se acha com esse jeitinho de "rebelde".
Fui para o meu quarto e nada do meu "colega de quarto" aparecer. Quem será esse tal Tomás?
Deitei na cama e coloquei os meus fones de ouvido, quando ouço alguém abrir a porta.
- Tomás? - Eu pergunto tirando os fones de ouvido.
- Esse é meu nome. - O garoto diz indo até o armário.
Ficamos ali em silêncio, quando ele vem até mim.
- O que eu perdi?
- Hã?
- Que aula chata eu perdi?
- Português.
- Odeio português, ainda bem que me atrasei. Você é Diego certo?
- Certo.
- E então Diego, toca violão? - Ele disse enquanto olhava para o meu violão em cima da cama.
- Toco sim.
- Legal.
Nós ficamos ali conversando por alguns minutos, o garoto parecia ser gente boa. Gostava de música como eu, acho que não teremos problemas... Saímos do quarto para a próxima aula, fomos conversando até que Tomás vê alguém que te chamou a atenção.
- Nossa, que coisa linda. - Ele disse olhando para a garota encostada na parede conversando com uma amiga.
- Bonitinha...
- Bonitinha? Tá de brincadeira?
- Não faz meu tipo oras...
- Você é gay!
- Cala a boca!
Tomás se dirigiu até a garota e começou a se apresentar. Ele se acha o tal... Começou a jogar cantadas baratas pra cima da garota e eu só via ela dando risada. Ele veio até mim com um sorriso no rosto.
- Tá no papo!
- Ela caiu nas suas cantadas ridículas?
- Fazer o que? O Tomás aqui arrebenta!
- Tô vendo! - Eu ri.
Nós entramos na sala de aula, e a psicopata ficou me olhando torto.
- Parece que ela está caidinha por você. - Tomás disse batendo no meu ombro.
- A psicopata? Está louco!
- Porque psicopata?
- Porque ela é louca! Só porque eu esbarrei nela sem querer ela disse que vai me matar.
- É amor cara.
- Ah sei. E você é o que? O mestre do amor?
- Digamos que sim!
Cara, esse garoto é muito mala.
- Vai falar com ela! - Tomás me sugeriu.
- Você está doido?
- Porque doido? Ela não vai te matar em público.
- Eu não tenho tanta certeza assim. E outra, ela não faz o meu tipo.
- Qual garota faz o seu tipo então? Ah esqueci que você é gay, melhor eu parar de andar com você, vai que você está a fim de mim...
- Cala a boca Tomás! - Eu disse lhe dando um soco no ombro.
- Está tudo bem ai Sr. Maldonado? - O professor perguntou de lá da frente.
- Está sim.
- Então fecha a boca e presta atenção na minha aula.
Ouço risos vindo do fundo da sala, olho para trás e vejo a psicopata rindo. Reviro os olhos e me viro para Tomás.
- Viu o que você fez? - Eu perguntei sussurrando.
- Ah cala a boca seu viadinho. - Ele disse rindo.
Eu vou matar esse garoto. Espera só a aula acabar.
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